quarta-feira, 4 de junho de 2014

Artesão (2006)

Texto/Letra de 2006. Achado na gaveta de meias da memória.

- Feito de barro
por dentro sou oco.
Fui posto de lado
ao esticar de um braço.

Sem ao menos saber que você estava ali.

- Chega de moleza,
a senhora já chegou.
Vamos até a freguesa
pois ela está com pressa.

E pegue a parte que te fala.

- Ai que tu te enganas,
com ou sem eu sou eu.
Apenas demoro para entender o que fazer.

- Deixe de frescura,
você sem ela não é nada,
tampa sem panela, vice versa,
não tem utilidade.

- Pode me levar,
eu garanto o sucesso.
É pra mim e para ela, 
essa promessa que faço.

- Vou confiar em você,
mas não quero queixa.
Faça bem o seu papel e durará muitos anos.

(E seu eu não quiser durar)


Nenhum comentário: