Hoje acordei com aquela rinite que sufoca as manhãs
frias de Curitiba, levantei, respirei e decidi encarar a vida que inclui meu apartamento
sujo e o primeiro dia desempregado nesta cidade fria. Consegui organizar meu
dia simplesmente tomando banho, escolhendo a roupa adequada, tentando falar com uma
antiga paixão, mas nada pareceu muito certo, então decidi sair, para a rua,
para ver a vida acontecer, para sentir os dias correndo em minhas veias e
sentir a realidade consumir minha energia enquanto tento viver esplendorosamente
da maneira mais hedonista possível. Após tomar um banho quente de talvez uns 45 minutos,
onde minha pele já queimava e a vivacidade já esvanecia do meu corpo, eu enfim
decidi sair à rua, resolver problemas, o que inclui lidar com a falta de dinheiro e ao mesmo tempo tentar ser saudável e
feliz sem tantos dilemas durante os dias ordinários de um cidadão comum. Sentia
vontade de conversar com Deus, mas todas as vezes que sinto isso, mesmo sem esquecer da promessa que fiz, sou tentado pelo lado mais forte da carne ou do álcool ou
da vida, não sei, só sei que quando tento conversar com Deus, me sinto
totalmente atraído pelo lado satânico da vida ou como gosto
de pensar pelo lado mais hedonista ou imediatista da vida, sem pensar no futuro
incerto ou trabalhoso, buscando apenas
o prazer imediato. Enquanto me perdi na busca de Deus, resolvia meu
dia da forma mais racional e econômica à meu alcance. Tentava reconhecer da maneira
mais clara e possível a vida como uma forma de escolhas e pretensões que às
vezes dão certo e outras nem tanto, e enquanto isso voltava ao meu trabalho, ao
meu antigo trabalho, onde no fone, o som de Janis Joplin mais uma vez fazia
dentro de mim nascer sentimentos que eu tentava apagar desde a noite anterior, luxúria, traição, sexo, prazer. Enquanto buscava uma fuga hedonista da
realidade, comprava moveis para que minha família se aconchegasse enquanto eu só
pensava em não existir, ou apenas existir como um todo, como se ninguém me conhecesse,
mas todos me sentissem, não existiria minha culpa ou meu ser, eu apenas seria
um energia, que alguns seguiriam ou não, afinal eu não sou a verdade, apenas um
caminho.
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