segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cantinho

Na primeira noite,
Apenas me deitei.
Mas já na primeira manhã,
Fui e te beijei.

Os amantes cresceram.
E nos dias que seguiram,
Algo vinha de mim,
Para dentro de você.

Sob uma camada xadrez,
Entre sonhos e realidades,
Nos despíamos da pouca sensatez.

E quando em nossos planos,
O mundo gritou verdades,
A saída foi nosso universo paralelo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Antes um Beijo (à um Abraço)

Naquele amanhecer, quando nossos dedos se entrelaçaram pela primeira vez, entre grãos de areia e um constante desviar de olhos, eu sequer cogitei te fazer minha mulher, sequer pensei que você ficaria comigo, e mesmo confuso, não esperei nem um beijo. E ainda arrisco dizer que não espero.

Ao te abraçar como uma concha, sentado com você sentada entre pernas, enquanto eu sentia como se meus braços te envolvessem em proteção, dei pra pra pensar que não queria te ter em favor da carne, minha necessidade não era de orgia.

O tempo levou anos, alguns amores e deixou insônia até a cama se tornar uma imensidão, onde a individualidade se misturou aos panos e lençóis que nestes anos abrigaram o meu coração.

Naquela manhã, naquele Sol de um novo dia, eu segurei você em meus braços e percebi que não queria te possuir, queria apenas dividir os momentos com você, fiquei pensando: seria você - pois há méritos em ti - ou seria um efeito retardado da solidão. Eu passei os dias seguintes apenas querendo segurar sua mãos, te laçar nos meus braços, te olhar dormir, ter sua cabeça no meu peito, seu perfume no meu travesseiro, enviar beijos pelo ar e acabar com os olhares furtivos. Desejaria te olhar e compreender antes do primeiro piscar de olhos.

Sentir a minha cama toda ocupada, sentir os dedos dados, a respiração no pescoço. Sentir que o coração de novo pulsa acompanhado. Não sei se você é objeto deste amor, mas foi você que me mostrou o que eu tanto senti falta. Mãos dadas, abraços, um noite de sono em conjunto, acima de tudo dividir os momentos com conversas bobas com risadas sinceras.

Com você eu lembrei que o amor não tem que ser complicado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Des-sofrer

Virar o rosto, o sono que consome após o ato, a falta de respeito pelo sentimento alheio, o não amor, o grito do fisiológico, a falta de sentimentos, o não ligar, sem falta, sem vontade, sem altos, sem baixos, sem emoções, sem alegria e sem dor. A falta de saudades, não ter saudades, uma solidão assimilada como aquele velho sentimento da solidão da multidão, do soluço escondido, do grito no travesseiro, um grito solitário, calado pela solidão, nem bem nem mal, com o peso e a dor de apenas...viver. 

Ao invés de apenas viver prefiro sofrer por amor...o problema é o amor, necessito de uma decepção, um par de borboletas no estômago, uma distância, uma dúzia de nós na garganta, quem sabe três olhadas ao chão, um pigarro, um suor nas mãos, um rodeio, uma lágrima, um sorriso, um começo e um final. Nada como sofrer por amor.