terça-feira, 25 de outubro de 2011

Acabou de Chover?

Quando se é criança não há nada pior do que um dia chuvoso, não os dias chuvosos onde a chuva cai na rua e os barcos de garrafas de coca cola 2L tomam conta deste oceano, tão pouco a chuva que faz todo mundo querer 'jogar bola' só pelo prazer de poder dar carrinho sem se machucar, ser goleiro e fazer certas acrobacias, essa chuva era inspiradora, tomava-se banho de chuva.

Entretanto existia o dia chuvoso, onde a chuva não caia, não molhava, mas não deixava ninguém sair de casa, um dia feio, sem graça, sem diversão. E não importava, vídeo game, amigos, biscoito passa tempo, pupunha, bonecos, a vida acabava nestes dias, crianças consumidas pelo tédio, arrasadas no sofá do quarto, perturbando a mãe que dava graças a deus não precisar sair de casa.

Lembrei de quando o meu maior problema eram os sábados de pingos lentos, pois hoje eu fiquei em casa.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Cartas

Lembro de um mundo onde o "eu te amo", só vinha após uma série de "eu te adoro". De quando as pessoas se escreviam cartas mensais, com dobraduras especiais, com letras de música para ilustrar cara parágrafo. Lembro eu mesmo de dizer vários eu te adoro, até ter tantos que viraram amor, e já se podia dizer enfim, com medo, com receio....eu te amo. E nas conversas do corredores no colegial corria o assunto, fulano disse que amava ciclana..sério? Ele disse, eu...te...amo?!

Hoje em dia eu não sei se o eu te amo é o mesmo de outrora. Vai, eu também como todo mundo já banalizei algo que nos meus 17 anos era muito sério. Quisera eu que o mundo mesmo estivesse se amando mais, verdadeiramente se declarando, age of love, mas só vim a perceber que aquele romantismo bobo que só nos fazia dizer EU TE AMO, quando fosse realmente isso que o coração gritava, findou.

Amando tanta gente, tantas pessoas, já me confundo sem saber quem eu amo, quem respeito, quem considero, quem é amigo, quem tem o meu amor e quem tem apenas meu carinho. Também não sei se existe diferença entre tudo isto que digo.

Mas caminhando na Nsa. Sra. de Copacabana quando chovia no Rio pensei: nunca mais escrevi carta para ninguém. Subitamente lembrei que todas as cartas que escrevi na vida foram para pessoas que eu realmente amei.

Não escrevi mais cartas, mas continuei amando pessoas. Fazendo dos amores, poemas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

No pelo, No Zelo, Na Dor e Ardor.

Nos meus olhos você entrou,
Cantou, dançou e como girava.

Até que então, de supetão, encontrou,
Parou, me fitou, quando me beijava parava.

Te confesso que me entreguei aos olhos,
Desisti da luta no escutar da sua voz,
Na escuridão dos olhos fechados,
Quando sua pele deitava-se sob a minha.

Então você decifrou, enfim me contou:
Você não presta. Você é louco.

Como não te amar,
Alguém que me conhece tão bem.
Que não cede a meus arroubos,
Minhas paixões.

Me fez te amar pela falta de razões para dar certo.
Por saber que não somos perfeitos um para o outro.
Mas por imaginar que vai ser incrível este tempo juntos.