quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ceguei-me

Há certas memórias que são reavivadas no primeiro sorriso do dia, quando os sons redondos se juntam aos corações disformes. 

Naquele dia eu não evitei o olhar para lhe evitar, mas por não saber como te olhar. Mulher, menina, corpo, mente, carne...apenas você, deveria te pensando em você, pela primeira imagem que veio quando meus olhos fecharam naquele primeiro beijo. Musa.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Mergulho

Apesar das saudades que tenho das pessoas que ainda nem conheço, 
Tenho o coração aberto às saudades, esta ausência assimilada.

Sequer te beijei, mas já quero que dure. 
Ainda nem sei como vai ser, mas já quero repetir.

Mesmo sem nadar, de braços atados, quero me jogar neste oceano.
Mesmo sem entender eu caminho pra frente.

A saudade é como uma coceira na sola do pé, faz rir, dá uma agonia, um nervoso, mas o prazer está na tentativa ambígua de apaziguar este anseio.

sábado, 20 de agosto de 2011

Libélula

Quando teus olhos aqui chegaram,
Me perscrutara a possibilidade,
De evitar a dor antes que o mate.

Acreditar que a distância salva,
Que a solidão tem alma,
E que antes deste beijo, nunca te amaram.

No primeiro dia eu já me enchi de borboletas,
Nestes oceanos não pacíficos de seus olhos.

No instante seguinte já colecionava arrepios.

Nosso amor tinha gosto de café,
Tinha Vinicius de padrinho,
George na trilha falando bem baixinho,
Tal igual Gilberto.

Nosso amor não era nominal,
Era amor nosso, nem meu nem dela.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Somente

Queria comer nuvens, com gostosos granulados indianos. Apertar aquele. Mas como roupas, por ora, a paixão fica no cabideiro, sexo daqui pra cá e para lá, paixão e sentimentalismos anacrônicos.

Quero morder teu joelho e te fazer rir até chorar. Desbravar o relevo do teu corpo com minhas mãos bandeirantes.

Pretendo lhe deixar ir. Ser livre, escolher, e confesso que torço para não ser eu a sua escolha. Preciso caminhar só, com variantes companhias, de certo apenas, para não me sobrar esquizonfrenia. 

Mas eu já respondi. O medo de amar é quem faz entrar no silêncio....

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

E Pra Quê?

No auge de nossa felicidade nos gostávamos de ovos mexidos, um pouco do pimenta, ver novela, roxo, escutar rock e beber cerveja. Ai um dia o meu céu ficou azul e o dela verde, eu queria MPB e ela pop, ela escutava singles, eu só álbuns, aprendi a beber uísque e ela só queria prosecco.

Lembro que dormir de conchinha era sonho, e na realidade era calorenta e cheia de cabelos na boca, os anjos tinha sexos, as cercas não eram mais brancas, os filhos já não eram nem sonhos distantes, a coca era zero, o big mac vinha sem picles, os botequins eram imundos, os amigos uns pervertidos

O amigo vira colega, o companheiro torce para ser estranho.

E no final o amor vira educação.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Resonar

Te chamaria de graúna, pelos olhos e cabelos negros, te puxaria, nos abraços, nos calos. Te pegaria assim, miúda, entre minhas mãos, tiraria o anel, desmancharia sua trança, beijaria teus olhos.

Deixaria sua toalha molhada na minha cama, esqueceria do controle remoto, te deixaria escolher nossa canção. Acreditaria, fiquei calado, beijarei.

Aceite-me nos sonhos que a realidade já me cansou.

sábado, 6 de agosto de 2011

Repeteco

Naquela noite quando entrei na sala
Eu sabia que dali iria encontrar você,
Dançando, rodando aquela mesma saia,
Que sempre me fez saber o porque.

Nos sonos sem sonhos, nos jantares fatigados eu encontrei você, em outro rosto, em outro nome, cabelo, olhos, boca, jeito, mas de alguma maneira naquela noite eu encontrei você.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Carolina

Nesta beleza real dos olhos,
Cobertura de chocolate,
Doce de leite no sorriso,
Assim desejaria um pedaço.
Não da alma, não da sua vida,
Mas do seu amor.

Não a vida toda,
Muito tempo para ser doce.
Preciso sentir, viver, amar e partir.

Com você tenho medo de ficar,
Meu doce amargar,
A Lua virar, alegria girar.
Só você me ilumina,
Minha amada, Carolina.