domingo, 28 de novembro de 2010

Concha

Branca dos dias de Sol,
Que castiga as tardes,
Que toca o alto da cabeça, porém
Menos quente que as saudades.

Das mãos macias,
Que arranham sem ferir,
Que fazem do amor
A mais dolorosa forma de sentir.

Só quero o silêncio,
As jovens manhãs à nascer,
E o amanhã confirmado.

O contraste das peles,
O beijo infinito,
É tudo o que quero.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Momentos

Lembro do primeiro adeus, a primeira briga, aquela maldita e besta primeira discussão, consigo visualizar perfeitamente quando o respeito se foi, consigo sentir aquele minuto em que a paixão se esvaiu, quando o amor gritou por reforços, quando os corpos já eram frios, quando a libido era impessoal, quando a luxúria virou egoísmo. Sem grande esforço faz-me claro os momentos de tristeza que tivemos...

Mas a parte isso, você foi o grande amor da minha vida.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Acabaram-se

Nota: Faz tanto tempo que já não me lembro do meu último real relato. E ainda destaco cada vez mais meu amor por Vinicius que em todas as suas fases sempre consegue formular palavras que acalentam meu coração nos dias de crises de amor ou em desesperos existenciais.

Me peguei dentro de um ônibus lendo o primeiro livro da poesia de Vinicius datado de 1933, fase esta que é oposta ao Vinicius "Bossa Nova" de Moraes e dentro outros acontecimentos deste mesmo dia, pela tarde estava absorto em crises existenciais sobre o caminho certo, o jeito certo de fazer as coisas, se eu teria o grande direito de me divertir tanto e supostamente produzir tão pouco dentre outras crises do ser. Entretanto, foi que de dentro de "O Caminho Para A Distância" livro onde estão os seus primeiros poemas (publicados), eis que surge um assim:

"Será que cheguei ao fim de todos os caminhos
E só resta a possibilidade de permanecer?
Será a verdade um incentivo à caminhada
Ou será a própria caminhada?"

E se a verdade for a caminhada? Isso faz com a verdade para mim seja tão impalpável quanto o vento, se ela é o caminho, ela nunca vai acabar, ela não será nunca algo, então não vai existir verdade e se não houver uma verdade, se ela for um "para sempre buscar", a mentira então não existirá. O que existe é o mundo em que vivemos, se o verbo for pronunciado ele já não existe? Uma mentira dita não é uma verdade? Este maniqueísmo é sem razão.

Lembro me de algo que escutei:

"Se uma árvore cai no meio da floresta e ninguém está por perto para escutar, ela faz barulho?"

Incrivelmente na minha cabeça fica claro a não existência de uma grande verdade ou uma grande mentira. O mundo existe e isso é fato. Mas e se não houver caminho a seguir? Se apenas resta permanecer? Seguir uma "verdade" e viver de mentira? Ou viver de verdade para evitar uma mentira?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Primeira Primavera

As vezes o 'porquê' de fazer algo é o simples fato de haver um "por que não fazer?". 

Entender que nem sempre a falta está relacionada com a busca. Afinal, quantas buscas por coisas que sabemos e até temos não foram empreendidas para simples satisfação do ego ou apenas mais uma linha do livro destinal de todos nós, onde é necessário ganhar aqui, perder ali e por pior que seja ficar mesmo no zero a zero.

Não se separa amor da dor.