segunda-feira, 27 de abril de 2009

Em

O amor é bom! Isto é uma afirmação que posso fazer com veemência, quem não gosta de amar, ser amado? Todavia, em parte o amor é tristeza, ele não é homogêneo, nunca uma constante, também não precisa ser vivido com variáveis e pressupostos, a de ser encontrado um equilíbrio entre os altos e baixos da vida. 

As variações possíveis e inevitáveis correspondente a idiossincrasia de nós indíviduos. 

Amar é sofrer por amar, é ser triste, aquele que ama é triste, o amor é a alegria mais triste que existe. Era para ser uma dor sem feridas, uma tristeza mansa, sem verdadeiro sofrimento, o que às vezes se torna impossível. Nada melhor pra vida do que um amor.

Em partes amor é tristeza. Na vida quem sofre ama.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Partes

Já pensei, e muito, em como somos criaturas que a cada experiência, sendo boa ou ruim, vamos sendo lapidados como diamantes, até chegarmos em nossa forma perfeita. Todavia, neste percurso experimental de la vita, vamos deixando estes pedaços ou lascas ao decorrer do caminho, pequenas partes de você que vão ajudando a completar diamantes deficientes de outros. Como dizia o poeta baiano, "pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto".

Nesta troca de essência, você acaba por participar de vários grupos. E deixa, como dito, um pouco teu em cada um deles e transforma, com isso, grupos em porto seguros. O que na verdade, era para se ter apenas um único bom porto seguro, onde você poderia voltar, se reerguer quando os pedaços já foram demasiadamente disseminados. E o melhor porto seguro que todos podemos ter são as verdadeiras e velhas amizades.

Não importa se navegas em outros mares, até parando em outros portos, porém sempre há de voltar no seu bom e velho porto, onde nunca deixou de ter apoio, por isso, aqui ressalto, a necessidade de deixar um pouco mais dos seus pedaços no porto seguro de sua vida, pois nada pior do que ser de vários portos, vários amores e  no final acabar não sendo de nenhum. O seu navio parará em tantos portos, por tempos tão semelhantes que no final, você não será esperado em nenhum deles, bem recebido em todos, mas nunca fará parte oficial de nenhum.

E nada mais seguro na vida, do que aquelas velhas amizades. Velhas, não no tempo real, mas no sentimento, como se sempre tivesse conhecido tal pessoa, não confundo amigos da vida com amigos de verdade. Não confunda um porto luxuoso e rico com um verdadeiro porto seguro.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Amor

Saudade só existe no português. Eu, entretanto, não sou muito ligado em saudades, dificilmente sinto verdadeiras saudades, saudades daquele de doer o peito e querer sair correndo para perto do saudoso ser.

Na maioria das vezes a saudade é apenas pura convenção da distância. Estar longe já faz com que você já diga que sente saudades, e isto nem sempre é verdade. A distância não cria saudade, o amor é o responsável, ele cria este sentimento, não importando localidade, basta um dia longe para ser te saudades, na mesma cidade, na mesma casa, basta o não ver o não ter, para ser criada a dependência.

Eu senti saudades estes dias, de uma amiga, na verdade, amiga-mãe, pois assim ela me chama de filho. Marília, Maria, Diva, como preferir, eu senti saudades dela, e ela sim está longe, e confesso que antes devido a alguns egoísmos que não entendo o porque, não senti a saudade que senti ontem, a vontade de tê-la perto de mim.

O amor é triste, é saudoso, por isso ele é bom, ele cria dependência, um vício como todos os outros, que machuca com benefícios.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

É

Vermelho e cansado,
Assim é o pôr do Sol.

Sujo e amarelo,
são as pontas que nos restam.

Hérois reais,
são os bombeiros.

De tudo o amor,
é saudade.

Estar ao lado,
é matar.

Assim bem verde,
são as gramas.

Dos gatos deitados, com preguiça de viver, de perpetuar o ato de existir. Em cima de ovos, os ecos não existem, assim são os gatos, silenciosos e onipresentes. Vivem, não para ser melhor amigo, mas para serem adorados, deuses, independentes.

Humanos preguisoços,
Vermelhos, cansados, baixos.

Grama de pontas amarelas,
Nunca mais plantáveis.

Adeus, vá e fique com minha memória.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Tristeza

De todos os sentimentos que nunca me deixaram, nunca foram embora, por bem e para o bem, você está sempre aqui, ali, adormecido de outra vivaz, todavia sem nunca sair do seu espaço, guardado desde quando dataram meu nascimento, há anos que já me fazem um jovem velho de outrora, porém você, a quem devo os surtos criativos e também a falta destes surtos, pois, como és imprevisível minha querida, nunca sei o que lhe passa para seu surgimento, e como você irá me influenciar, a vida a seu lado no minímo é uma vida de surpresa, muita vez agradável muita vez não.

És completa e totalmente diferente do sofrimento, que não traz benefícios, que é a dor pela dor, sem ensinamento, sem frutos maduros, comestíveis e coloridos, confesso que sua cor as vezes preta as vezes azul, depende do hemisfério, não é sempre a mais bela, entretanto o que traz consigo é sempre o mais esplêndido, as melhores trilhas sonoras e comparativos, pois afinal do exposto advém sempre o que queremos escutar ou o que temos de escutar.

Contigo nasce o melhor de mim, nasce o que realmente aprendi e perdi, uma renascença um modernismo, um pastiche do melhor da aurora da minha vida.